Os seguidores do Senhor Jesus Cristo têm a responsabilidade de se destacarem na sociedade, não compartilhando dos mesmos prazeres e satisfações comuns àqueles que desconhecem o amor do Redentor. Eles são chamados a ser exemplo e padrão de conduta, demonstrando, através de suas ações, que são guiados pelo Espírito de Deus. Responsabilidade, integridade e dignidade são qualidades inerentes aos que vivenciam o senhorio de Cristo!
As diferenças sociais sempre serão uma realidade entre os seres humanos, inclusive entre os seguidores de Cristo. Haverá, entre eles, aqueles com excelente poder aquisitivo, que servem como canais de bênção para a congregação, ajudando os necessitados e os pobres (Jo 12:8; Gl 2:10). Essa desigualdade aplica-se exclusivamente ao campo econômico e não deve ser motivo de exaltação dos mais abastados, nem de desolação para os menos afortunados: “Portanto, se temos comida e roupas, fiquemos contentes com isso” (1Tm 6:8). O que verdadeiramente importa é uma vida de comunhão real com o Senhor.
O Brasil é um país capitalista (sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro, e no emprego de trabalho assalariado, com o funcionamento do sistema de preços), onde é comum a relação patrão/empregado. Nesta mensagem, quero mostrar que as atitudes do empregado cristão não devem estar desvinculadas dos ensinamentos de Cristo, assim como alertar os funcionários para o dever de serem santos no cumprimento de suas funções.
“Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14:8). Esse versículo descreve com profundidade a condição do crente, explicitando sua total dependência e submissão ao senhorio do Todo-Poderoso. Essa realidade aplica-se a todos os aspectos da vida.
No desempenho de suas funções profissionais, o empregado jamais deve se afastar da direção do Espírito Santo, que o torna digno no cumprimento de suas responsabilidades. O patrão deve ser visto como um instrumento de bênção, levantado por Deus para proporcionar meios pelos quais os compromissos sociais são honrados. Deve-se reconhecer que a autoridade do patrão é concedida pelo Senhor: “Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor” (Cl 3:22). A obrigação de fazer o melhor possível pesa sobre os ombros do servo.
Para serem bem-sucedidos na carreira, os empregados devem observar os conselhos de Deus. Vejamos alguns:
- Obediência às normas da empresa: “Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo” (Ef 6:5);
- Fidelidade aos princípios da empresa: “Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor. Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo; pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas” (Cl 3:22-25);
- Sujeição aos chefes: “Todos os servos que estão debaixo de jugo considerem dignos de toda honra o próprio senhor, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. Também os que têm senhor fiel não o tratem com desrespeito, porque é irmão; pelo contrário, trabalhem ainda mais, pois ele, que partilha do seu bom serviço, é crente e amado. Ensina e recomenda estas coisas” (1Tm 6:1-2);
- Trabalho com satisfação: “Quanto aos servos, que sejam, em tudo, obedientes ao seu senhor, dando-lhe motivo de satisfação; não sejam respondões” (Tt 2:9);
- Paciência com todos: “Servos, sede submissos, com todo o temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso” (1Pe 2:18).
Dificuldades na vida profissional são normais; provações, concorrência e até mesmo ser preterido por não compactuar com práticas pecaminosas são situações esperadas. Evite participar de greves e outros movimentos que causem prejuízos aos empregadores; você deve ser sempre bênção!
A fé precisa ser exercitada, pois a batalha contra o mundo das trevas é real e intensa. O empregado deve ser sensível ao Espírito Santo, com olhos espirituais abertos para ouvir as orientações do Senhor e tomar decisões acertadas: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes” (Ef 6:12).
É indispensável reservar tempo para comunhão pessoal com Deus, não permitindo que a carne frutifique (Gl 5:17), roubando o tempo que pertence ao Senhor: “Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mt 6:33). A inversão desta ordem permitirá que o emprego tome o primeiro lugar, as bênçãos do Senhor cessarão, e as consequências espirituais serão terríveis.
A consagração a Deus deve ser total, incluindo vida, família, bens, emprego, tudo! Afinal, o servo é simplesmente um mordomo que administra os recursos que lhe foram proporcionados: “Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Sl 24:1). Consagre seu emprego ao Senhor, mesmo que seja simples e pouco remunerado (faça sempre o melhor!); declare ao mundo espiritual que sua causa está nas mãos do Eterno e confie. Determine a vitória e tome posse das promessas. Ore diariamente, abençoando seu empregador (chefes e encarregados), clame pela empresa, declare a bênção de Deus sobre ela e proíba o inimigo de agir, retardando ou fechando portas.
Não procure “comprar” a bênção através do misticismo “gospel” pregado por muitos.
“Santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 20:7).
A santificação é uma ordem de Deus a todos, sejam empregadores ou empregados. A perseverança nas orações, jejuns e a meditação diária na Palavra do Senhor são condições imprescindíveis na vida do servo de Deus.
Pr. Elias Rios