Segundo os praticantes e estudiosos das filosofias esotéricas, estamos vivendo o terceiro milênio, o qual é regido pelo signo de Aquário. Estes são tempos altamente espiritualizados, nos quais vemos o surgimento e a expansão de seitas e filosofias espiritualistas que propagam, em todos os meios (revistas, rádio, TV e internet), suas práticas e ensinamentos espirituais. O ser humano é fascinado pela dimensão espiritual, e o diabo aproveita essa vocação natural para levantar inúmeros feiticeiros e bruxas, que suavizam suas práticas ao se intitularem gurus, videntes, entre outros. As mídias propagam poderosamente esses ensinamentos e crenças, o que cumpre as profecias sobre o fim dos tempos.

Entre as correntes esotéricas, existe uma linha específica dedicada aos anjos. Esses feiticeiros e bruxas recebem orientações de espíritos malignos e mentirosos, também chamados de “espíritos de luz”, que os capacitam a identificar e fornecer informações sobre os anjos (ou “anjo da guarda”), como seus nomes, personalidades, gostos e modos de atuação. No entanto, esses anjos a que se referem são, na verdade, demônios, cujo propósito principal é enganar e destruir o ser humano.

Muitos cristãos, com o intuito de se afastarem dessas crenças, acabam descartando prematuramente qualquer referência aos anjos, como se dissessem: “Anjos existem, mas estão restritos às regiões celestiais e não interferem na vida do homem.” Essa posição rígida, porém, revela uma incredulidade na Palavra Divina, que nos confirma a realidade dos anjos e os menciona mais de 200 vezes. Muitos aspectos da natureza divina só serão plenamente compreendidos na glória eterna, e o homem frequentemente tropeça ao julgar e subestimar o poder e a sabedoria excelsa de Deus.

Em várias doutrinas, os anjos não são aceitos como seres capazes de intervir na vida humana; acredita-se que estão restritos às regiões celestiais, impossibilitados de serem usados para os propósitos divinos na terra. Aqueles que pensam assim, certamente, desprezam a Palavra do Senhor e, como se fossem donos da verdade, procuram impor suas próprias ideias ou elevar os preceitos doutrinários humanos acima das Escrituras Sagradas.

Na realidade, os anjos são Ministros do Senhor entre os homens, usados para manifestar, em certas ocasiões, Seu livramento e glória. A Bíblia contém mais de 250 referências sobre eles; abaixo, cito algumas para ilustrar essa realidade.

Natureza e Função dos Anjos

Criados por Deus nos tempos eternos (Cl 1.16), os anjos têm o propósito de serem Seus assistentes, mensageiros e ministros entre os homens (At 12.7; Dn 6.22; Hb 1.14; Sl 91.11; Ex 14.19). Esses seres celestiais são frequentemente representados como figuras humanas aladas, mas a Bíblia não fornece muitos detalhes sobre sua aparência. Em algumas passagens, eles aparecem como homens comuns, confundindo aqueles que os encontram (Gn 16.7-14; 19.1-5; Jo 20.11-13). Outras vezes, são descritos com majestade e glória (Dn 10.5-6; Lc 24.4). São desprovidos de sexo.

Os anjos estão continuamente em contato com o Criador, reconhecendo Sua glória e prestando-Lhe adoração (Fp 2.9-11; Hb 1.6). Entre os homens, são mensageiros e ministros da vontade de Deus, manifestando Seus desígnios soberanos (1Rs 19.5; At 12.7; Dn 10.11; Mt 2.13,20; Lc 1.19; At 5.19,20; Ap 1.1). Mesmo nos dias de hoje, muitos testemunham livramentos concedidos por meio deles. Eles não agem por vontade própria nem devem receber orações ou honra dos homens, pois estão sujeitos às ordens de Deus e vivem em obediência total aos Seus desígnios (Mt 6.10; Sl 103.20). No céu, louvam eternamente ao Todo-Poderoso (Sl 148.2; Is 6.3; Lc 2.13-14; Ap 5.11-12; 7.11-12).

Por serem íntimos do Senhor, conhecem profundamente Sua obra de restauração, sofrimento e humilhação realizada por Jesus em nosso favor. Alegram-se intensamente com a restauração do homem, algo impossível de descrever (Lc 15.7,10). São criaturas santas, mas adorá-los ou prestar-lhes culto ou veneração é proibido (Cl 2.18; Ap 19.10). Existe entre eles uma hierarquia, como em um exército, com diferentes ordens (Is 6.2; 1Ts 4.16; 1Pe 3.22; Ap 12.7). São dotados de qualidades como mansidão, sabedoria, poder e santidade (2Pe 2.11; Jd 9; 2Sm 14.20; Sl 103.20; Mt 25.31), e são inumeráveis (Jó 25.3; Hb 12.22).

O Papel do Anjo da Guarda

Para muitos cristãos, a ideia do “anjo da guarda” parece ficção, algo esotérico. Não aceitam a existência de seres específicos designados para ministrar individualmente a cada pessoa. No entanto, é impossível negar essa realidade: a Bíblia Sagrada atesta a existência dos anjos que protegem o homem e também a igreja em muitas passagens claras (Ex 23.20; Dn 6.22; 10.13-20; Sl 34.7; 91.11-12; Mt 18.10).

É essencial que os seguidores do Senhor aceitem a Bíblia em sua totalidade, sem reservas ou interpretações mirabolantes. Há muitos relatos bíblicos de pessoas abençoadas por contatos com anjos (Gn 32.1; Nm 22.31; Jz 2.1; 6.11; 13.3,13; Zc 1.9; 2.3; Mt 1.20; 2.13; 28.2; Lc 1.11,28; 2.9; Jo 20.12; At 8.26; 10.3).

Os anjos são reais! São seres espirituais criados em tempos eternos para propósitos específicos e estão ao redor dos escolhidos do Senhor, protegendo-os e guiando-os diariamente. Embora não devam ser adorados, devemos reconhecer neles uma expressão do grande amor de Deus, que procura amparar Seus filhos e garantir-lhes uma vida de vitórias.

Pr. Elias Rios