A Oração: Um Enigma para Muitos
A oração é um enigma para muitos, que a consideram algo místico, e um desafio para aqueles que têm dificuldade em estabelecer esse hábito. A raiz desse problema reside no próprio homem, que tende a complicar o que é extremamente simples na vida espiritual.
Orar é conversar com Deus, Jesus e o Espírito Santo, e isso deve ser feito com naturalidade; é um diálogo.
Onde Orar?
Fala-se com o Pai no lugar onde você está. Por exemplo:
- Quem está dirigindo pode orar nas rodovias ou no trânsito.
- Quem está caminhando pode orar na rua ou nos campos.
- Quem está em casa deve orar em casa.
- Quem está na igreja deve orar na igreja.
- Quem está no trabalho deve orar no trabalho.
- Quem está praticando esportes pode orar enquanto pratica.
Resumindo, devemos estar sempre conectados ao Pai, e isso independe do local em que nos encontramos ou de nossas ocupações. Não devemos nos limitar a muitas palavras e determinações inventadas por homens, como se fossem necessárias para uma oração perfeita. O que deve ser perfeito é nossa comunhão com o Pai e o desenvolvimento de uma vida santa e irrepreensível diante do Seu trono.
Exemplos de Oração na Bíblia
Aqui estão alguns exemplos de orações na Bíblia que ilustram princípios de oração:
- O diálogo de Deus com Abraão (Gênesis 18:17-33).
- O amor do intercessor (Êxodo 32:11-14; 30-34).
- A palavra de Josué (Josué 10:12-14).
- Deus demonstra Seu poder (Isaías 36:1 a 37:38).
- Deus busca intercessores (Ezequiel 22:30).
- Orando e ensinando (Efésios 3:14-21).
- Oração e jejum resultam em manifestações de poder (Atos 13:1-14:28).
- Oração que prova a fé (Atos 4:1-37).
- O fogo de Deus desce (2 Crônicas 6:12-42; 7:1).
- Oração contínua: chave de libertação (Atos 12:1-17).
- A Oração do Senhor (Mateus 6:9-13).
- Oração em concordância com a vontade de Deus (1 João 5:14-15).
- Orando como Davi: “Dá-me pureza e alegria, Senhor!” (Salmos 51:1-19).
Experimente, na simplicidade!
A humanidade está vivendo dias incontestavelmente desesperadores. Em qualquer parte do mundo, seja nos países chamados de primeiro mundo ou não, o ser humano se encontra mergulhado em todos os tipos de dificuldades: a escassez de trabalho, a falta de moradia, a violência crescente, as drogas que escravizam e destroem, a fome; enfim, está cercado por mazelas tantas que o levam a tomar atitudes bestiais, quando não animais.
Esse quadro de horror, embora muito real, é encarado como uma consequência de problemas sociais que podem ser solucionados pelos governantes—municipais, estaduais e federais—por meio de atitudes administrativas. Contudo, nós, servos do Senhor, sabemos que a maior fonte de todos os problemas está no mundo espiritual, causada por seres espirituais—demônios—que, sob o comando de Satanás, investem impiedosamente contra os homens.
As dificuldades e tentações vêm sobre todos, servos ou não. Os escolhidos do Senhor também as enfrentam, mas são fortalecidos pelo Espírito de Deus, que os capacita a vencê-las. É necessário que o homem de Deus saiba olhar e discernir a fonte dos males e evitá-las, para que o maligno não encontre lugar e não saia vitorioso.
A investida do diabo contra os cristãos é chamada de tentação (um desejo fortíssimo de praticar atos contrários aos princípios de Deus). Quando consumada, a consequência é o pecado (sua prática destitui o homem da comunhão com o Eterno), e a continuidade é punida com o castigo eterno. A tentação é comum a todos os servos; todos são tentados no dia a dia. Nos é garantido pelo Senhor que todas elas são suportáveis; nenhuma tentação é superior às nossas forças (veja 1 Coríntios 10.13).
Um estudo da Palavra de Deus nos revela quais são as principais fontes usadas pelo diabo para tentar o homem. Ele é o autor de todas as investidas malignas contra o povo de Deus, como está claramente descrito em Mateus, na tentação do Senhor Jesus (Mateus 4.1): “…foi Jesus levado… para ser tentado pelo diabo.” (veja mais: 1 Crônicas 21.1; João 13.2; 1 Tessalonicenses 3.5). Quando nos conscientizamos de que o inimigo é poderoso, sentimos a necessidade de um preparo sério para a batalha. Em relação a essa capacitação, não entrarei em detalhes nesta mensagem, mas ela consiste em vivermos em: a) santidade, b) pureza, c) oração, d) comunhão, e) jejum, f) meditação na Palavra, etc.
Quando esses itens básicos fazem parte da vida dos servos, somos fortalecidos no Senhor para superarmos as tentações patrocinadas pelo diabo.
As principais fontes usadas pelo maligno para tentar-nos são:
a) Concupiscência (desejo intenso de bens ou gozos materiais e/ou apetite sexual):
“…cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.” (Tiago 1.14)
Ao meditarmos nas palavras de Tiago, logo entendemos a fonte de tanta violência e de tantos males que afligem a humanidade. Levados pelo diabo, os homens, no anseio de ver realizado o desejo de possuir algo, procedem cegamente e sem medir as consequências, sejam espirituais ou físicas, partindo para a prática de planos terríveis.
Amado do Senhor, quando surgir em sua mente (ou coração) o desejo intenso por alguma coisa, não se deixe levar pelo impulso. Antes, analise a situação e veja como o Senhor será honrado e glorificado em seus atos.
b) Cobiça (desejo sôfrego e veemente de possuir bens materiais; avidez, cupidez e/ou ambição desmedida de riquezas):
“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e ciladas… porque o amor do dinheiro é a raiz de todos os males…” (1 Timóteo 6.9, 10; veja mais: Provérbios 28.20)
Quantos, levados pela cobiça, partem para a prática de males terríveis! Roubam os homens e tentam enganar a Deus quando se aproximam de uma igreja, visando o enriquecimento ou a prosperidade alardeada por muitos pastores. É preciso estar atentos para que não venhamos a pecar, cultivando em nosso coração, mesmo que veladamente, a cobiça ou o desejo insano pelos bens materiais. É bom lembrarmos, servos santos, que sempre haverá pessoas sem bens materiais sobre a face da terra (João 12.8). O diabo dissimuladamente tem plantado nos corações a semente da tentação da cobiça; não permita que ela cresça.
c) Más companhias:
“Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas.” (Provérbios 1.10; veja mais: Provérbios 7.6; 16.29)
Outra forma esplêndida que o diabo usa para tentar o homem está nas amizades que ele faz nascer entre os servos e os filhos das trevas. Essas amizades têm corrompido a vida espiritual dos filhos de Deus. Quando induzidos, partem para a prática de atos que não condizem com o procedimento que deve ser observado e vivido.
No Salmo primeiro, há uma advertência séria sobre o convívio com pessoas indignas: “…não anda no conselho do ímpio, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” (Salmo 1.1)
Infelizmente, muitos, tentados, teimam em prosseguir contrariamente a essas ordenanças, e o fim deles é a condenação.
Não há um grupo social que seja mais propenso a ser tentado pelo diabo. Vemos na Bíblia que todos estão sujeitos à tentação. Claro que os cristãos são o alvo principal, afinal, os que andam nas trevas já lhe pertencem.
Os homens são alcançados pelas tentações no desenrolar de suas vidas diárias. Veja:
a) Em meio à pobreza:
“…empobrecido, não venha a furtar, e profane o nome de Deus.” (Provérbios 30.9)
Fica claro que o pobre, em meio às muitas dificuldades que lhe sobrevêm, é alvo das tentações e precisa vigiar constantemente para não cair nas ciladas do diabo. A murmuração, o descontentamento, a inveja, a infelicidade etc. são instrumentos usados pelo inimigo para tentar-nos.
b) Em meio à riqueza:
“…estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor?” (Provérbios 30.9)
A prosperidade, em muitos casos, é a desgraça do homem. Levados pela sensação de que tudo podem, esquecem-se do Senhor, negando-o no dia a dia, consumando o pecado sugerido pelo diabo. A soberba, o orgulho, a indiferença, a altivez etc. estão sujeitas a nascer nos corações mais abastados.
c) Em busca do sucesso:
“…chegaram a Balaão, e lhe disseram… grandemente te honrarei… amaldiçoa-me este povo.” (Números 22.16, 17; veja mais: Daniel 4.30; 5.2; Mateus 4.8)
O diabo tem tentado muitos com tesouros e honras, a exemplo do que fez com Balaão. No entanto, este soube dizer não à tentação e perseverou firme na comunhão com Deus. Esse é o nosso procedimento. Quando as portas se abrem com muita facilidade para o sucesso, é necessário averiguar o que está por trás e ouvir sabiamente a voz do Espírito de Deus, optando por ser fiel. O diabo tem tentado muitos, oferecendo fama, e muitos se tornam perdedores. Entristeço-me ao ver o fracasso espiritual das “estrelas gospel”, que, levadas por toda sorte de influências, se entregam à aparência do mundo; com direito a fã-clube, distribuição de autógrafos e o absurdo de cobrarem valores elevadíssimos para “louvarem ao Senhor!”.
As tentações são uma permissão de Deus na vida do cristão. Não acontecem por acaso; é um voto de confiança que nos é dado. O Senhor permite que o diabo invista contra nossa vida, pois, antecipadamente, já nos concedeu meios e nos revestiu de poder e autoridade para nos levantarmos contra o maligno e sobrepujá-lo. É bom recordar que uma vida pura e santa, da qual derrama águas de amor, é o desejo do Amado Mestre para todos os homens.
O Senhor é a nossa força!
Ele conhece as limitações do ser humano, sabe de suas fraquezas e da incapacidade de vencer o inimigo sozinhos. Mas o Senhor é bom! Providenciou meios eficazes que capacitam o homem a lutar com superioridade e, em nome de Jesus, pisar sobre a cabeça do maligno (Mateus 22.44).
“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, proverá livramento, de sorte que poderás suportar.” (1 Coríntios 10.13)
Oh, graças! Louvo a Deus pela afirmação tão especial que nos é feita. Somos fortalecidos e capacitados a vencer todas as tentações e armadilhas que o diabo tem colocado em nosso caminho. Amados do Senhor, não se deixem enganar; o Senhor não mente. Se Ele afirma que é possível vencer “todas”, com certeza é verdade.
O Senhor tem ensinado que devemos “orar e vigiar” sempre. A parte que se refere à vigilância é negligenciada por uma porcentagem elevada do povo de Deus. Estar atento nos resguarda de cair nas ciladas do maligno.
É necessário que o servo, por meio da fé, tome posse da autoridade concedida pelo Pai Celeste e a use diariamente. Antes de iniciar suas atividades, deve-se reservar um momento para achegar-se diante de Deus e falar com Ele. (É preciso ter consciência de que a comunhão com Deus é, na verdade, laços profundos de amizade e companheirismo!). E, na autoridade que temos como filhos, é preciso proibir o diabo de agir contra nossa vida, família, bens etc. Isso é feito levantando a voz e declarando, por exemplo: “Diabo, eu o proíbo de tocar em minha vida, em minha família, em meu trabalho, em tudo que é de minha propriedade, etc., em nome do Senhor Jesus.”
É pela fé que se toma posição! Acompanhada de uma vida pura, santa e conforme a vontade do Senhor; caso contrário, será perder tempo e você será ridicularizado pelos seres espirituais das trevas.
“Sem fé, é impossível agradar a Deus.” (Hebreus 11.6)
“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” (2 Crônicas 7.14)
“Todavia, o Senhor é fiel; Ele vos confirmará e guardará do maligno.” (2 Tessalonicenses 3.3)
“Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna para a qual também foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas.” (1 Timóteo 6.11, 12)
Seja abençoado(a).
Pr Elias Rios