O casamento foi instituído por Deus nos primeiros dias da humanidade, com a união entre Adão e Eva, originando o primeiro relacionamento conjugal. “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gênesis 2:24).
O chamado casamento misto refere-se à união entre alguém que professa a Deus como Mestre e Senhor e outra pessoa que não compartilha da mesma fé. Ao longo da história do povo escolhido por Deus para servi-lo, há uma orientação clara para não tomarem esposas de outros povos (com raras exceções); os casamentos deviam ser restritos a pessoas da mesma raça.
Aplicando isso aos nossos dias, em que o povo escolhido para servir ao Senhor não está restrito a uma raça específica, mas à condição de seguidor ou não dos princípios divinos, conforme ditados pela Bíblia e pela manifestação do Espírito Santo, é inconcebível que haja em alguns corações o desejo de formar uma família com alguém descrente. Podem até constituí-la, mas devem estar cientes de que estão destituídos das bênçãos do Senhor. Isso é dureza de coração!
É claro que há entre os cristãos aqueles que, levados pelas paixões da carne, encontram muitas formas de justificar seus relacionamentos e até chegam a se casar. Afirmam possuir uma fé grande o suficiente para ver seu cônjuge libertar-se das trevas e converter-se. Essa fé é imatura e despojada da realidade; não é aconselhável agarrar-se a tais expectativas.
Melhor é ouvir o ensinamento do Senhor, honrá-lo com obediência e temor.
A Bíblia contém um número impressionante de advertências contra o casamento misto, com recomendações que começam em Deuteronômio e se estendem até os dias do apóstolo Paulo, que fez questão de enfatizar o infortúnio dessa união.
Veja algumas dessas exortações, medite e pratique:
“Nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós outros e depressa vos destruiria.” (Deuteronômio 7:3-4)
“Por isso amem somente o SENHOR, nosso Deus. Mas, se vocês não forem fiéis a ele e fizerem amizade com os povos que ainda estão aí, e casarem com essa gente, podem ficar certos de que ele não expulsará mais esses povos do meio de vocês. Pelo contrário, eles se tornarão perigosos para vocês, como se fossem precipícios, armadilhas, chicotes nas costas ou espinhos nos olhos. E isso continuará até que vocês desapareçam desta boa terra que o SENHOR, nosso Deus, lhes deu.” (Josué 23:11-13)
“Nessa época, descobri também que muitos judeus haviam casado com mulheres de Asdode, de Amom e de Moabe. Metade dos seus filhos falava a língua de Asdode ou outra língua e não sabia falar a língua dos judeus. Eu repreendi aqueles homens e os amaldiçoei; bati neles e arranquei os seus cabelos. E exigi, em nome de Deus, que fizessem a promessa de que nunca mais, nem eles nem seus filhos, casariam com estrangeiras. Eu disse a eles: ‘Foram mulheres estrangeiras que fizeram o rei Salomão pecar. Ele era mais famoso do que todos os reis das outras nações. Deus o amou e o pôs como rei de todo o povo de Israel, e, no entanto, ele caiu nesse pecado. Será que nós vamos seguir o exemplo dele e desobedecer ao nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras?’” (Neemias 13:23-27)
“O povo de Judá tem sido infiel a Deus, e o povo de Israel e os moradores de Jerusalém fizeram coisas nojentas. O povo de Judá profanou o templo que o SENHOR ama, e os homens casaram com mulheres que adoram ídolos. Que o SENHOR expulse do nosso país as pessoas que fazem isso, sejam quem forem, mesmo que apresentem ofertas ao SENHOR Todo-Poderoso!” (Malaquias 2:11)
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14)
“Porém, se o marido não cristão ou a esposa não cristã quiser o divórcio, então que se divorcie. Nesses casos, o marido cristão ou a esposa cristã está livre para fazer como quiser, pois Deus chamou vocês para viverem em paz.” (1 Coríntios 7:15)
“A mulher não está livre enquanto o seu marido estiver vivo. Caso o marido morra, ela fica livre para casar com quem quiser, contanto que case com um cristão.” (1 Coríntios 7:39)
Assim como nos textos do Antigo Testamento, o apóstolo Paulo deixa claro que o servo de Deus deve casar-se com alguém que compartilhe os mesmos princípios, fé e objetivos no Reino dos Céus.
A opção do cônjuge não cristão:
- Separar-se:
“Porém, se o marido não cristão ou a esposa não cristã quiser o divórcio, então que se divorcie. Nesses casos, o marido cristão ou a esposa cristã está livre para fazer como quiser, pois Deus chamou vocês para viverem em paz.” (1 Coríntios 7:15) Ao escrever aos coríntios, Paulo aborda a questão do cônjuge que se converteu após o casamento, e cujo companheiro (a) não compartilha da mesma fé. Ele ensina claramente que, se o cônjuge não crente quiser se separar, que se separe. A iniciativa da separação deve partir sempre do incrédulo, afinal, é ele (ou ela) quem está descontente.
É importante lembrar que o Senhor Jesus predisse que surgiriam problemas familiares devido ao evangelho, conforme podemos ver:
“Vocês pensam que eu vim trazer paz ao mundo? Pois eu afirmo a vocês que não vim trazer paz, mas divisão. Porque, daqui em diante, uma família de cinco pessoas ficará dividida: três contra duas e duas contra três. Os pais vão ficar contra os filhos e os filhos contra os pais. As mães vão ficar contra as filhas e as filhas contra as mães. As sogras vão ficar contra as noras e as noras contra as sogras.” (Lucas 12:51-53) E também: “E todos os que, por minha causa, deixarem casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras, receberão cem vezes mais e também a vida eterna.” (Mateus 19:29) Não deixe que sua fé abale quando o diabo insuflar seus queridos familiares contra você. Essa é uma das práticas mais usadas pelo inimigo para desviar nossa nova convicção e modo de vida. Quando isso acontecer, esteja preparado para resistir!
- Não separar-se:
“Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos.” (1 Coríntios 7:12-14) Na vida, se um dos cônjuges aceita Jesus como Senhor e o companheiro (a) consente em permanecer junto, o apóstolo afirma que não devem se separar. O incrédulo é santificado no convívio com o servo, e, em sua grande misericórdia, o Senhor pode mover e salvar o cônjuge ainda descrente. É necessário que o preço seja pago; uma vida irrepreensível e um testemunho autêntico são os instrumentos que o Senhor usa para salvar.
Sejam abençoados!
Pr Elias Rios